Bolsonaro foi finalmente preso. É prisão domiciliar, é verdade; um privilégio que a ampla maioria dos criminosos brasileiros jamais terá. Mas não vai ser essa “prisão gourmet” que vai me impedir de sorrir de orelha a orelha.
Sim, eu comemoro a prisão de Bolsonaro. Comemoro porque não dá pra esquecer tudo o que esse homem fez ou deixou de fazer enquanto ocupava o cargo mais importante do país. Oficialmente, ele foi preso porque descumpriu as medidas cautelares estabelecidas pelo STF. Mas eu sei bem que não foi apenas isso. Ele espalhou fake news como quem espalha milho pra galinha, se beneficiou delas para causar medo e manipular a população.
Ele tentou um golpe de Estado, planejou o assassinato do presidente eleito, debochou de gente sofrendo na pandemia, riu da dor alheia, negligenciou vacinas e é diretamente responsável por milhares de mortes evitáveis. E como se não bastasse, está envolvido até o pescoço em corrupção, dono de uma penca de imóveis comprados com dinheiro vivo, como se fosse personagem de novela ruim de máfia política.
Eu comemoro a prisão de Bolsonaro porque não esqueço cada fala racista, cada comentário misógino, cada ataque à democracia. Eu comemoro porque, por um segundo, dá pra acreditar que a justiça pode até andar devagar, tropeçar e cair algumas vezes, mas uma hora ela chega na porta certa.
Prisão domiciliar ou não, hoje a sensação é de que o Brasil respirou um pouco mais aliviado. E eu? Eu tô aqui comemorando, sem um pingo de culpa, porque tem coisa que a gente não engole nem com água, mas que desce bem com um bom gole de justiça.
