1.
(1980)- Não, não jogue fora o que você escreve. Os cadernos brochuras, espirais, guardanapos, materiais onde o imaterial de suas ideias foi fixado. Não é lixo, rejeito. Não!
Vai deixando por aí.
E quando você não estiver mais por aqui, quem sabe, alguém possa encontrar as tuas pistas, os teus rastros, os teus rabiscos.
O teu tempo.
2.
(2020)- “Eu continuo arrumando os livros, mano!”, e os arquivos e as telas. Cristais líquidos. Mesmo que sejam bites, algoritmos, ilusões no ciberespaço.
Permanece o desafio de não transformar os rabiscos em lixo. Juntar o que escrevemos para que não desapareçam dentro dos laptops, dos notebooks, dos smartphones. Imagine só a solidão de almas de cada sílaba, cada palavra, cada frase contida nos textos/bites perdidos?
Rabiscos são gentes, mano!…são genes virtuais.
3.
(2025)- “Continuo nessa nave louca pensando e escrevendo. E jamais jogando no lixo tecnológico como se nada valesse. As palavras e as letras esculpidas são perola (às vezes esterco) que comporão a História de nossos dias.
Não descarte, não desperdice essas pegadas.
E la nave CIBERCULTURA vá…
…
“Palavras, rabiscos, impressões, genes virtuais, são relatos de um tempo, garrafas de náufragos com bilhetes virtuais”
