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Na história dos três porquinhos falta o lobo mau para engolir todos eles

Os áudios e prints que vieram à tona sobre Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia são um retrato cru do que sempre foi o bolsonarismo. Não existe projeto de melhoria para o país, existe apenas um projeto de sobrevivência pessoal e política.

Bolsonaro deixou claro que estava disposto a usar o comércio internacional como moeda de troca para salvar a própria pele. Condicionar tarifas à anistia dos golpistas é praticamente assumir que o Brasil pode ser refém das suas pendências judiciais. O ex-presidente não pensa na soberania brasileira, pensa na própria impunidade.

Eduardo Bolsonaro mostrou que seu patriotismo é totalmente seletivo. “Trabalhou” nos Estados Unidos não para defender o Brasil, mas para prejudicar a imagem do país, desde que isso fortalecesse a narrativa do papai. Nos áudios vazados, ele trata o próprio pai com desrespeito e desdém, mostrando que valores familiares que tanto invoca não passam de fachada. Falar em família enquanto desrespeita seu próprio pai revela uma hipocrisia completa. Tudo que ele fala sobre família e sobrenome é apenas aparência, porque nos áudios aparece xingando o próprio pai, provando que não há lealdade, honra ou qualquer valor real por trás das suas palavras.

Silas Malafaia aparece nos áudios não como um pastor preocupado com princípios ou valores cristãos, mas como alguém que só sabe xingar. Sua fala é repleta de ataques, gritos e palavrões, um verdadeiro destempero que se disfarça de liderança espiritual. A pergunta que fica é inevitável: essa é a postura de um líder religioso? Usar o nome de Deus para respaldar insultos, defender um político envolvido em crimes e até justificar uma tentativa de golpe? O púlpito, que deveria ser espaço de reflexão e fé, se transforma em palanque de ódio e conveniência. No fim das contas, os palavrões e a fúria não revelam indignação justa, mas sim o papel que ele escolheu ocupar, o de escudeiro de um projeto político que nada tem a ver com os ensinamentos de Cristo, que ele jura seguir.

O que esses vazamentos expõem é a essência do bolsonarismo. Pátria usada como chantagem, família transformada em dinastia e Deus reduzido a marketing político. É um vale-tudo em que a democracia é sempre o obstáculo a ser vencido.

Ainda há quem insista em chamar isso de estratégia política, mas a verdade é que se trata de chantagem institucional e manipulação religiosa. Os áudios apenas confirmam aquilo que muitos já sabiam: para Bolsonaro e seus aliados, o Brasil nunca foi prioridade. Foi sempre apenas uma moeda de troca conveniente.

E aqui fica minha indagação: diante de tudo isso, será que os bolsonaristas continuarão defendendo cegamente, ou finalmente vão admitir que foram usados como massa de manobra política?

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