Notibras

Na lira dos dias

Na lira dos dias
Cada coisa (e hora)
precisa ter razão
Razão de ser, oras!

Essa de viver assim
Sem beira, nem eira
Eitaaaa mundão!

Mas desembesta
e diz logo esse poema, sô:

Morre l-e-n-t-a-m-e-n-t-e
Aquele que apenas vê
as horas passando

Aquele que o peso dos dias
já não traz mais encanto
sobrevive a, sobrecarrega-se
Ao fim do dia, há apenas danos

Inertes no tempo
em corpo ou mente
Na lira dos dias
perdidos em si, ausentes
Eles caminham entre nós

Ao acaso, por certo?
Erráticos, sem dúvida!
Na ira dos dias, atesta-se,
involuntariamente,
o rigor mortis

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