Notibras

Nas madrugadas em que o tempo se dissolve desperta em devaneios partidos

Minha essência murmura
Entorpecida, ela se curva ao silêncio
Nas madrugadas em que o tempo se dissolve
Desperta em devaneios partidos
O desprezo veste-se de culpa
Na esperança que dança
Com sombras pintadas de lembranças.

E o alvorecer me envolve
Com véus de penumbra
Pela ausência tua
Que suaviza o peso
De pensar-te nas horas
Em que o mundo se cala.

E eu venero o feitiço oculto
Do fogo que arde em minhas veias
Correnteza de desejo e tormento
Ferida aberta
Por carícias e promessas dispersas
Que hoje se desfazem
Na geometria esquecida
De um caminho em declive
Onde a memória se esconde.

Minhas lágrimas regressam
Aos olhos que choram em silêncio
Por não ver tua silhueta
Na ternura que um dia
Fez morada em meu ontem
E agora só me oferece
Vazio e quietude.

Ó viajante do meu coração,
Tu me deixaste entre dunas
Como um eco sem tempo
E eu sou ruína
Na terra dourada
Que cobre meu ser.

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