Trabalhei no Banco do Brasil por quase duas décadas, sendo que tomei posse em uma agência em Copacabana. Foi lá que tive o prazer de conhecer uma das pessoas mais divertidas, a Maria de Nazareth de Paula, ou simplesmente Nazinha.
Todos que trabalhávamos com a Nazinha sentávamos em mesas justapostas, sendo que ela ficava na cabeceira. Um enorme cinzeiro, cuidadosamente colocado à frente da minha chefe, recebia várias pontas de cigarro durante o expediente. Isso foi bem antes da lei que proibia fumar em ambientes fechados. E, se isso parece um absurdo hoje em dia, na época era extremamente natural.
A Nazinha era a nossa gerente de equipe, assim como também existiam outros que também faziam função similar em outros ambientes da agência. Além desses cargos de chefia, havia o de gerente geral, que era exercido pelo Vasco. Este, de vez em quando, se dirigia até a nossa sala e conversava com a minha chefe, que geralmente era consultada para resolver algum problema.
Ela, apesar de possuir uma posição hierárquica inferior, parecia conhecer mais sobre todo o funcionamento da agência. Assim, a Nazinha, quase sempre, atendia o Vasco com urbanidade, mas nem sempre. É que, de vez em quando, ela estava abarrotada de serviço e, então, falava: “Vasco, não me enche o saco agora!” Ele, invariavelmente, retornava cabisbaixo para sua sala.
Essa situação me deixava de olhos arregalados e, certa vez, ousei questionar a minha chefe.
– Nazinha, por que você fala assim com o Vasco? Ele é o gerente geral!
– Dudu, eu brigo apenas com quem eu gosto!
– Ah, então, você me ama!