“Fulana é linda sem ser vulgar!” E o que exatamente significa ser vulgar? A palavra virou um rótulo conveniente para controlar o comportamento e a aparência das mulheres. Quando alguém diz isso, quase sempre está comparando, premiando uma por “saber se comportar” e rebaixando outras por não seguirem o mesmo padrão.
Mas quem decide o que é vulgar? Mostrar o corpo? Ser autêntica? Ser livre? A verdade é que o conceito de vulgaridade muda conforme a moral de quem julga e, quase sempre, reflete mais o preconceito e a repressão de quem fala do que qualquer característica real de quem é julgada.
O mais curioso é que, na maioria das vezes, esses comentários vêm de outras mulheres. Por que não dizem o mesmo sobre os homens? Ninguém chama um homem de vulgar, mesmo que ele ande sem camisa, com a bermuda caindo e a cueca aparecendo. Mas a mulher é julgada por usar roupas curtas e, pior ainda, muitos chegam a justificar o estupro com base na sua vestimenta.
Ser linda não deveria precisar de uma padronização comportamental. A beleza está na liberdade de ser quem se é, sem pedir licença e sem caber no olhar moralista de ninguém.
