Na penumbra, teu sopro tem sabor de vinho antigo,
arde em mim como brasa que não se apaga,
minha boca toca o timbre do teu silêncio,
e no teu suspiro encontro meu troféu secreto.
Teus caminhos são trilhas de vertigem e encanto,
onde meus passos se desfazem em lava serena.
Minha língua fera contida desliza em reverência,
e cada toque teu é tempestade que me atravessa.
A lua nos observa em sua dança de prata,
testemunha do rito entre pele e loucura.
Teus seios dois astros em combustão
tuas costas, estrada onde minha febre se perde.
Teu suor escorre como néctar consagrado,
e eu sorvo tua pele como quem bebe eternidade.
Teu corpo é poema sem pausa, sem censura,
escrevo em ti com a tinta do desejo absoluto.
Te tomo nos limites do universo que criamos,
como quem descobre o divino em cada gesto.
Teus beijos são versos que jorram em cascata,
teu grito sinfonia que alimenta minha essência.
E quando a luz se retira em silêncio,
te abraço como quem sela um pacto eterno.
Minhas mãos navios em tua imensidão
navegam tua alma, e fazem da noite um livro, onde a poesia escrita é sempre você.
