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Nova geração de produtos para a pele aposta no poder de probióticos

Foto/Divulgação

Há três anos Danielle Fleming, corretora de imóveis em Hoboken, Nova Jersey, começou ter uma erupção de acne persistente em torno da linha do queixo. “Eram espinhas absurdas, horríveis”, diz. Depois de mudar o sabonete, o spray de cabelo e qualquer coisa que achasse que seria a causa, ela acabou recorrendo ao dermatologista para pedir uma receita de isotretinoína [o Roacutan] para tratamento da acne ou talvez um tratamento a laser. Mas saiu do consultório com outra coisa: uma dieta.

Danielle, 43, levou dois anos para adotar o regime proposto pelo Dr. Whitney Bowe, dermatologista de Nova York. De acordo com o livro do médico, “The Beauty of Dirty Skin”, a dieta se compõe basicamente de alimentos com baixo teor glicêmico e probióticos fermentados ricos em bactérias. O que significa alterar a população de trilhões de microorganismos gastrointestinais, reduzindo a inflamação, inclusive as erupções na pele.

Mas Danielle, viciada em açúcar, relutava em abandonar seu iogurte adoçado artificialmente e deixar as visitas habituais à confeitaria, e achou que, se adotasse partes da dieta, seria o suficiente. No final ela cedeu. “Desde então acabaram as erupções. E as pessoas me perguntam o que estou fazendo para minha pele”.

Corrigir a flora intestinal tem relação com uma ampla série de benefícios para a saúde (segundo alguns estudos auxilia a diminuir a incidência de câncer, AVC e obesidade) e grande parte dos cuidados com a pele hoje se concentra no intestino como sendo o segredo para uma cútis perfeita.

E assim surgiu a onda de pós e pílulas probióticas – elegantemente embaladas, com nomes como Glow e Inner Beauty, sugerindo que podem fazer muito do trabalho pesado de manter o bom funcionamento do seu intestino.

A Beauty Chef, empresa australiana fundada por um ex-editor de beleza, oferece sete produtos à base de probióticos que são vendidos no Net-a-Porter e no Goop. Este ano, a guru da maquiagem Bobbi Brown introduziu um probiótico com sabor de limão, embalado como sachê, que não precisa ser diluído em água, na sua linha Evolution de 18 produtos para o bem-estar do corpo.

Sonya Dakar, cosmetóloga, vende um probiótico chamado Acidophilus Flora. Rose-Marie Swift, artista de make-up, conhecida por criar a pele resplandescente de Kate Bosworth, Gisele Bundchen e Miranda Kerr, lançou há pouco suplementos de probióticos que levam sua marca RMS, inspirada em parte por sua relativa falta de sucesso em conseguir que as modelos adotem alimentos com culturas vivas.

“Você tem essas belas modelos e na verdade elas têm uma pele realmente ruim”, diz Rose-Marie que, por causa de uma doença que teve há tempos atrás, vem recomendando probióticos e cosméticos mais seguros antes de virarem moda. “Digo a elas para ingerirem alimentos fermentados, mas ninguém faz isso”.

O site Net-a-Porter agora oferece 12 marcas de probióticos comestíveis, e Newby Hands, a diretora de beleza da companhia, informa por email que esta é uma das categorias com crescimento mais rápido, na casa dos dois dígitos por ano. “Em Londres e Los Angeles observamos que alguns suplementos estão superando em vendas os séruns e outros produtos que antes estavam no topo da procura”, completa.

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