Eu adoraria ver novela. De verdade. Tem dias que passo por uma televisão ligada, ou vejo alguém comentando alguma cena marcante, e penso: “Poxa, queria acompanhar isso.” Mas a realidade é que eu não tenho tempo. Nem paciência.
A maternidade exige tudo de mim. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Cuidar de um bebê é como viver num fuso horário paralelo onde as horas são consumidas por mamadeiras, fraldas, brinquedos espalhados e choros misteriosos que só se resolvem com colo. Muito colo.
Mas olha, eu acho novela uma coisa chique. Cultural. Uma marca registrada do Brasil. Um ritual coletivo. Aquela trama que une gente de todas as classes, idades e sotaques no mesmo enredo, sofrendo e se apaixonando pelos mesmos personagens.
Tem algo de sofisticado e, ao mesmo tempo, muito popular nisso. A novela, pra mim, é como aquele vestido lindo que eu tenho no armário e nunca consigo usar: eu admiro, acho lindo, mas simplesmente não consigo vestir no meio da bagunça do dia a dia.