A feira em Limeira, celebrando crochê, amigurumi e bordado, é mais que evento cultural: é resistência estética. Em tempos de algoritmos e IA, o trabalho manual afirma o toque, o tempo lento, a autoria.
Silvia Federici nos lembra que as mãos das mulheres sempre foram tecnologias insurgentes e isso reverbera no fio que entrelaça arte e sustento.
O artesanato é um gesto de cuidado com o mundo. É também política: a economia solidária, o fazer coletivo, a ancestralidade que borda memórias.
Pierre Clastres falava de sociedades contra o Estado. O crochê, nesse sentido, é uma estética contra o capital, uma trama onde o tempo deixa de ser lucro para voltar a ser presença.
