Aquele beijo que dissolveu fronteiras,
um eclipse entre almas em febre,
onde lábios foram brasas errantes
e o desejo renasceu em labaredas.
Dois corpos, bússolas sem destino,
seguindo o compasso selvagem da pele,
onde cada pulsação tatuava promessas
e cada suspiro esculpia o infinito.
Faíscas bordavam a escuridão,
o fogo erguia-se em vertigem crescente,
e os sentidos, em guerra insaciável,
teciam labirintos de calor sobre a pele.
Boca e mãos, tempestades indomáveis,
lâminas de prazer em campos sagrados,
onde o êxtase desafiava o tempo,
e o mundo se dissolvia na febre do instante.
Foi um beijo que incendiou a eternidade,
um delírio que riscou o céu em ouro.
E quando os amantes se perderam nele,
a própria vida curvou-se ao desejo.
