Notibras

O cansaço que não é físico, mas que cobra repouso

Às vezes eu acordo cansada. Mas não é um cansaço de quem correu uma maratona ou passou a madrugada carregando cimento. É o cansaço de ser gente. De lidar com boleto, com notícia ruim, com gente chata, com crise existencial, problemas na família, aquele e-mail que precisa ser enviado.

Não sei explicar direito, mas quando esse cansaço vem, parece que meu cérebro trava. Eu olho pra lista de afazeres e penso: “boa sorte aí, querida”. Mas raramente consigo produzir algo quando estou estou assim.

É um cansaço invisível, que não dá pra mostrar com raio-x, mas que pesa como se eu tivesse um piano nas costas. E o mais louco é que por fora tá tudo bem. Eu rio, mando emoji, respondo “tudo certo!” no grupo da família. Por dentro? Eu e meu cérebro estamos sentados no chão com cara de “socorro”.

Eu queria paz. Não a paz mundial, que seria ótimo, claro, mas a paz de um dia comum sem cobrança, sem culpa, sem expectativa, sem o mundo me cutucando o tempo inteiro.

Não é frescura. Não é drama. É só que viver cansa. Pensar cansa. Ser forte o tempo todo cansa. E tudo bem. Hoje eu só tô pedindo licença pra existir do meu jeito, com um pouco mais de leveza e um pouco menos de autocobrança.

Amanhã talvez eu levante com outra energia. Mas hoje… hoje eu só queria descansar.

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