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O carocinho que causa alvoroço até vir a notícia de que está tudo normal

Como eu já disse aqui algumas vezes, tive câncer de mama em 2021. Fiz tratamento, venci a doença e fiquei bem. Mas quem já passou por isso sabe: depois de um diagnóstico assim, a vida nunca mais volta a ser exatamente igual. Cada exame, cada consulta, cada sinal diferente no corpo traz junto uma carga de medo e lembranças.

Poucas semanas atrás, nos meus exames de rotina, apareceu um novo nódulo na mama. Por menor que fosse, a palavra “nódulo” já foi suficiente para acender todos os alarmes dentro de mim. É como se, depois do câncer, qualquer alteração se tornasse uma sombra pairando sobre a cabeça.

Decidi ir até Porto Alegre rever meu médico e fazer outros exames mais detalhados. Fiz uma biópsia, porque só ela poderia me dar um diagnóstico preciso. E aí começou o que talvez seja a parte mais difícil: a espera.

Duas semanas aguardando um resultado de biópsia parecem uma eternidade. Todo dia eu abria o aplicativo do hospital na esperança de alguma atualização. É uma mistura de ansiedade, angústia e pensamentos que teimam em escapar do controle. Quem já viveu isso sabe que cada hora pesa.

Até que ontem, finalmente, o laudo apareceu. Rolei a tela até o fim, o coração acelerado. E lá estava, em caixa alta, a palavra mágica que fez meu peito se abrir em alívio: BENIGNO.

Repeti mentalmente tantas vezes que virou quase um mantra: benigno. E de repente, sem que eu percebesse, um sorriso de canto brotava no rosto. Um sorriso que misturava gratidão, alegria e a sensação de ter recebido um presente imenso da vida.

E assim sigo, com a lembrança de que cada resultado desses é uma vitória silenciosa, e que, apesar dos sustos, é possível respirar fundo, olhar para frente e agradecer por mais um dia de boas notícias.

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