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O dia em que o espírito de Magda me levou a voz

Desde a última quinta-feira estou de licença médica. Nada grave, estou bem, mas fiquei sem voz. E perder a voz é, de certo modo, o corpo gritando o que a gente não conseguiu dizer antes. Às vezes, entramos numa rotina tão intensa de trabalho que esquecemos de ouvir os sinais mais sutis. E quando se é mãe, então, o “fim do expediente” é quase uma ficção: o segundo turno começa assim que a gente chega em casa.

No meu caso, chegar em casa significa colocar roupa pra lavar, dobrar o que já secou, preparar a comida, brincar com a minha filha, organizar o que ficou pendente. É uma vida cheia de amor, mas também de cansaço. E mãe não é máquina. Uma hora o corpo cobra, pede trégua, impõe uma pausa. Acho que foi isso que aconteceu comigo.

Fiquei literalmente sem voz e precisei cancelar reuniões importantes. Foi difícil aceitar. Mas talvez fosse mesmo a hora de parar um pouco, silenciar, deixar o corpo respirar e o tempo se reorganizar. Às vezes, é o jeito que a vida encontra de nos lembrar que não dá pra cuidar de tudo e de todos o tempo todo sem cuidar de si.

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