Nos últimos dias, a internet simplesmente implodiu com um vídeo que, honestamente, merecia um Oscar de curtíssima-metragem, categoria “tragédia cômica amorosa”. Estou falando, claro, do famoso casal Coldplay: dois amantes maduros, pegos no flagra mais globalizado que se pode imaginar: o telão de um show lotado.
Ali estavam eles, abraçadinhos, em clima de romance, quando de repente o telão os escolhe. E meus amigos, o que se seguiu foi um verdadeiro espetáculo facial. Em questão de milésimos de segundo, a expressão de paz e carinho virou puro terror existencial. Ela, numa coreografia espontânea de desespero, vira de costas como quem diz “não sou eu, não tô aqui”. Ele se abaixa, talvez tentando entrar em modo avião. E o mundo todo assistindo.
Mas o que mais me pegou foi aquele primeiro instante. Antes da fuga, antes da tentativa de camuflagem. Aqueles segundos em que o rosto dos dois se transforma, revelando um horror genuíno.
Confesso: ri. Não sou de ferro. Mas logo em seguida, me bateu uma pena sincera.
Porque, veja bem… ninguém ali sabe da história completa. Vai que estavam se apaixonando depois de anos infelizes. Vai que decidiram largar tudo, enfrentar o mundo, mas tinham combinado que só iam contar pra família na próxima segunda-feira, depois do almoço na sogra. E aí vem Coldplay, sem aviso, com seu amor global, botando todo mundo no exposed internacional.
A gente julga, claro. Faz meme, compartilha, comenta: “bem feito!” ou “adoro uma fofoca”. Mas a verdade é que amar, mesmo nas formas tortas, é coisa séria. É confuso. É humano. E é fácil rir do telão alheio quando o seu coração não tá no meio da história.
Então, se você por acaso passou por situação semelhante e tá lendo isso: minha solidariedade. Espero que estejam bem, que tenham conseguido explicar a situação em casa (ou pelo menos que o divórcio tenha sido consensual). E que, se ainda estiverem juntos, tenham dado boas risadas disso tudo. Porque se tem uma coisa que o Coldplay ensina, é que o amor, às vezes, precisa passar pelo caos pra virar música.
