Ela não pisa — ela floresce.
Onde seus pés tocam, nascem margaridas.
Com um olhar, desfaz tempestades;
com um gesto, semeia primaveras.
Tem os cabelos bordados de vento e pétalas,
e a alma feita de sol nascente.
Quando sorri, as árvores dançam.
Quando sonha, o mundo inteiro respira alívio.
É jardineira de realidades,
feiticeira de esperanças,
mulher que, num passe de mágica,
transforma o caos em flor e o tempo em perfume.
Com ela, até o deserto aprende a ser jardim.
II
Ela não veio do mundo —
o mundo nasceu do seu suspiro.
Veio vestida de bruma e alvorada,
trazendo nos dedos o segredo das estações.
Onde toca, a terra se curva em reverência,
e flores esquecidas voltam a abrir os olhos.
Seu caminhar é silêncio que canta,
é névoa que dança com a luz.
As estrelas aprendem a cintilar com ela,
e o tempo, enfeitiçado, esquece de passar.
Não planta jardins —
ela os sonha.
E ao sonhá-los,
os faz existir.