Quando teus olhos tocam os meus,
o dia abandona sua hesitação.
A luz se curva em silêncio dourado,
como um segredo que apenas o céu conhece.
O sol repousa no cume das tuas pupilas,
e cada raio que nasce ali
dissolve o medo como névoa ao amanhecer.
Sou terra que desperta sob teu olhar.
Teus olhos são a passagem entre mundos,
onde o tempo desacelera,
onde a alma se desata do corpo,
e entende que existir é ser visto.
Se tu olhas, o dia encontra sua razão,
a luz aprende a repousar sem nome,
e eu sou apenas brisa e fogo,
cativo do instante que nasce no teu olhar.
O mundo se dissolve entre auroras e sombras,
pois tu és o destino da luz,
a chama que não fere, mas transforma.
E se o sol recolher seus raios à noite,
o que foi vivido sob tua pupila,
viverá no silêncio eterno das estrelas.
