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O tempo passa, mas ninguém esquece de JK, o fundador da Capital da Esperança

Sob o céu de setembro, Brasília parou por um instante para reverenciar seu criador. Em uma solenidade singela, mas carregada de emoção, o Memorial JK celebrou na sexta-feira (12) os 123 anos de nascimento de Juscelino Kubitschek. Entre flores e memórias, a presença da governadora em exercício Celina Leão, do desembargador Roberval Belinati, vice-presidente do TJDFT, e de Anna Christina Kubitschek, neta do ex-presidente e presidente do Memorial, deu ao momento a solenidade de um rito de gratidão. Buquês de rosas brancas foram depositados no túmulo do fundador da Capital — gesto simples, mas repleto de simbolismo.

Antes da homenagem, Celina Leão lembrou que Brasília não é apenas uma cidade planejada, mas um marco da ousadia nacional. “Brasília é a única cidade moderna que tem o tombamento da Unesco. É capital da democracia, da humanidade. Reconhecer esse legado que foi deixado para nós, deixar isso vivo na história das nossas crianças e das pessoas que vêm ao Distrito Federal é, para nós, uma honra. Acho que é dever de todo governador participar dessa data e celebrar a construção da Capital”, disse.

A emoção de Anna Christina Kubitschek era nítida. “O 12 de setembro é sempre uma emoção. E falo não só como presidente do museu ou como neta, mas como alguém que vive e ama essa cidade. É fundamental celebrar o fundador que realizou isso tudo”, destacou, em tom de devoção à obra e ao homem que ousou sonhar.

O desembargador Roberval Belinati evocou a memória da despedida de JK, entre cânticos e comoção. “Ao buscar minha esposa para irmos ao Ceub, pois fazíamos direito na mesma sala, havia uma multidão saindo da Catedral cantando o ‘Peixe Vivo’. Eu disse para ela: vamos acompanhar o cortejo porque hoje é um dia histórico e temos que prestar homenagem àquele que construiu Brasília, a capital da esperança. Saímos de lá de madrugada, junto a uma multidão que cantava e prestava homenagens a ele”, recordou, dando ao presente a cor das lembranças.

Entre discursos breves e flores brancas, a cerimônia ganhou o tom de uma celebração. Para Celina Leão, o legado de Juscelino é motivo de orgulho para a família e para o Brasil. “Em nome de todas as mulheres que estão aqui e da população do Brasil, digo que nós somos não só a capital da esperança, mas a capital sonhada por um homem que acreditava em ver isso pronto”, afirmou.

Assim, mais do que uma homenagem formal, a data se transformou em festa da memória — o encontro entre o sonho ousado de JK e a realidade viva de Brasília, cidade que segue a cantar, entre saudade e esperança, o eterno refrão do “Peixe Vivo”.

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Carolina Paiva é Editora do Quadradinho em Foco

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