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‘Olha a banana, sem o bananeiro’… e a estrada

Eu já disse aqui que adoro fazer viagens de carro. Quanto mais longa a viagem, melhor. Para mim, não é apenas sobre chegar ao destino, mas sobre o caminho em si. Gosto da sensação de pegar a estrada, de ver a paisagem mudar, de sentir o tempo correr de outro jeito. É como se o movimento do carro embalasse meus pensamentos e abrisse espaço para novas descobertas.

Claro que a novidade tem o seu encanto, conhecer lugares diferentes, avistar montanhas que nunca vi antes, atravessar cidades desconhecidas. Mas há também um prazer muito especial em revisitar os lugares onde já estive. É como reencontrar velhos amigos: cada curva da estrada traz lembranças, cada parada evoca histórias já vividas.

Entre todos os cenários, tenho uma predileção pela serra. Passar por ela me dá uma alegria quase infantil. As curvas, a neblina que muitas vezes aparece, o verde intenso das matas, tudo parece mágico. E há um detalhe que sempre marca essas viagens: as bananas vendidas na beira da estrada. Para mim, banana tem gosto de viagem. Não importa quantas vezes eu as coma no dia a dia, só na serra elas adquirem esse sabor especial, que mistura simplicidade com a sensação de estar em movimento, rumo a algum lugar.

Viajar de carro, no fim, é uma soma de pequenas coisas que viram grandes: a paisagem, as conversas, o silêncio, a música tocando, a fruta comprada no caminho. É vida acontecendo sobre quatro rodas.

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