Carrego uma intensidade que não sabe ser silêncio.
Sinto demais, penso demais, sofro demais. Não por escolha, mas porque transbordo sentimentos e poesia.
Minha alma não nasceu para a superfície. Ela mergulha, afunda, se perde e se refaz na mesma proporção.
Em mim, tudo acontece em volume alto. O pensamento é constante, a dor é tempestade, a entrega é inteira.
Nada em mim é pela metade.
E cada vez que tentei me moldar ao que esperavam, foi como sufocar quem eu sou.
Já tentei ser menos.
Menos emoção, menos impulso e menos verdade.
Mas percebi que toda vez que me diminuo para caber, me traio um pouco.
Porque não fui feita para agradar.
Fui feita para viver com intensidade.
Para sentir com profundidade.
Para ser liberdade, mesmo quando o mundo exige contenção.
Minha intensidade não é exagero.
É essência.
É ela que me mantém viva quando tudo desaba.
É ela que transforma dor em força,
e caos em poesia.
Se isso assusta, não posso fazer nada.
Nem todo mundo sabe lidar com o que não consegue controlar, e eu não fui feita para ser compreendida por olhares rasos.
