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Os muitos aprendizados da vida que nos fazem sofrer

Uma das várias formas de domínio, por parte dos grupos sociais, é o Medo. Não importa qual seja sua intenção, o medo é a primeira ferramenta utilizada por seus líderes. É através de ameaças, veladas ou explícitas, que o controle do mesmo é mantido. Ainda que não seja essa a premissa original…

O controle efetivo dos vários núcleos formados é de tal forma corriqueiro que nem prestamos atenção a tal fato. Simplesmente reagimos à situação apresentada. As ameaças podem ser feitas de forma tão sutil que o agente receptor nem percebe tais ações. Mas tais são registradas e em um nível subconsciente, onde não percebemos claramente o que se passa, certas precauções são tomadas para que, em caso de emergência, possa escapar do perigo iminente… é o que chamamos, erroneamente, de sexto sentido…

Desde nossa chegada a este plano estamos sempre alertas para com qualquer tipo de evento que possa nos trazer algum perigo. Estamos sempre ansiosas, que é o segundo estágio do medo. O fato de não baixarmos a guarda se deve ao medo de sofrermos algum tipo de violência… e estas acontecem a todo instante ao nosso redor… pelo fato de estarmos inseridas em uma sociedade belicosa, onde a força bruta domina a razão…

Boa parte da população procura vencer seus oponentes através da força… de ameaças. E uma parcela tenta conseguir benesses seguindo esse caminho. Quanto mais Medo provocar nos componentes do grupo alvo de suas investidas, maiores as chances de sucesso em sua empreitada…

Não importa qual sua posição, em que patamar da Escala Social você se encontra. Se houver alguém uma posição acima, e este tiver o poder de te ameaçar para conseguir alguma benesse, com certeza o fará. E será de uma forma tão sutil que você, com certeza, não se dará conta de tal fato, até que este se concretize…

Infelizmente, na batalha pela sobrevivência, o indivíduo estará sempre em primeiro lugar em sua lista de prioridades. É aquela história… há dois pescoços destinados à guilhotina e o Carrasco dá a um dos condenados a opção de escolher qual cabeça será decepada… não há dúvidas que ele escolherá a cabeça de seu colega de infortúnio para ficar no cesto… permanecendo a sua sobre seu pescoço, ao menos por mais algum tempo. E não importa qual seja a ligação que havia entre os dois indivíduos… quando a sobrevivência está em jogo, o “eu” fala mais forte… a menos, é claro, que a pessoa com o poder de escolha tenha tendências suicidas… embora na hora crucial tal tendência costume desaparecer entre as névoas da manhã…

Há três níveis de Medo, a saber… o Receio seria o primeiro… quando você fica temerosa de tomar uma decisão sobre seja lá o que for, bem… isso é o medo em ação. A Ansiedade é um nível um pouco acima do Receio… é quando você passa a se preocupar com aquilo que ainda não se materializou, mas que, se tal ocorrer, colocará sua integridade em risco… e o terceiro, o nível mais alto do medo é o Pavor… sem dúvida, uma pessoa apavorada coloca não só a sua própria integridade física em perigo, como também a das pessoas ao seu entorno. Porque sua sensação de medo é tão intensa que fará qualquer coisa para se livrar desta… qualquer coisa, mesmo…

Quando você se sente ameaçado, tanto física quanto emocionalmente, um gatilho é acionado e então, na ânsia de se proteger, seu subconsciente te faz procurar saídas para tal situação… essa sensação pode ser tanto o Receio, a Ansiedade ou o Pavor. Depende do grau do perigo identificado.

O medo pode ter sua origem no… aprendizado. Exemplo… você passou por uma situação traumática com animais… um cachorro te atacou. Você, com certeza, desenvolverá medo com relação a esses animais… poderá até superar, mas será difícil… e há vários exemplos desse tipo de medo. Há o medo atávico, quando você nunca vivenciou determinada situação, mas por algum motivo algumas coisas te despertam seu instinto de sobrevivência. Sentir repulsa por algo que ainda não enfrentou é, sim, uma das características do medo. Afinal, se alguma coisa te provoca tal reação, você jamais se aproximará desta..

Enfim, o Medo nem sempre é uma sensação negativa… muitas vezes, é graças a ele que conseguimos sobreviver nessa selva de pedra na qual estamos inseridos. Claro que, muitas vezes, os predadores que devemos temer são nossos semelhantes… mas se não tivéssemos a capacidade de temer certas situações, com certeza também não teríamos como evitá-las…

Algo que nem sempre o Agente causador da sensação do Medo leva em conta… se a pressão for muito intensa, o instinto de sobrevivência de sua presa falará mais alto. E o Medo se transformará em Fúria… a outra face do Pavor. Porque, como eu disse, uma pessoa apavorada fará tudo para aniquilar aquilo que lhe tira a sensação de con-forto. Então, nem sempre um “ato heroico” acontece por desprendimento… mas sim pela sobrevivência do indivíduo. Salvar outras pessoas é apenas um bônus inesperado…

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