Há algum tempo atrás publiquei meu primeiro livro através de uma editora.
O subtítulo era “a dualidade da alma humana”, onde, na verdade, falava mais sobre a obra que o título propriamente. Talvez você me pergunte… por quê? A resposta não é tão simples, mas vamos lá…
Todas nós temos múltiplas personalidades… aliás, isso é citado, de forma figurativa, até mesmo na Bíblia. É naquela passagem em que uma pessoa “endemoniada” se nomeia perante Cristo como “Legião”. E, sim… cada um de nós é uma legião, pois guardamos em nosso âmago vários personagens que vão se alternando ao correr do dia. Cada um deles com sua personalidade própria…
Como em um grande teatro, usamos várias máscaras. Para cada situação usamos um personagem específico, apropriado para aquela cena em especial. Podemos usar uma imagem romântica, colérica, pacifista… depende do momento…
Começamos a representar nosso papel a partir do momento em que acordamos e seguimos essa rotina até o momento de nos entregarmos aos braços de Morpheus, para um descanso reparador das atribulações enfrentadas durante o dia. E mesmo nesses momentos lançamos mão de personagens para alguma atuação durante nosso repouso. É como se fosse um ensaio, para a apresentação do dia seguinte…
Muita de nossa performance é baseada nos grupos dos quais fazemos parte em nossa vida social. Poucas são as pessoas que vivem isoladas, se é que alguém consegue viver assim… para nossa saúde mental, necessitamos interagir com nossos iguais… e aí fica a pergunta… onde estão nossos iguais?…
Todas as pessoas procuram alguém que compartilhe suas ideias… ou que, pelo menos, pense de modo similar. E aí começamos nossa aventura…
Existem milhares de opções, mas como um grande mosaico, não é em qualquer ponto que nos encaixamos. Somos peças de um grande Quebra Cabeças onde, para encontrar nosso lugar, temos que manter nossa mente aberta, sem nenhum tipo de preconceito… o que não é uma tarefa fácil, pois somos expostas a todos os tipos de conceitos desde que abrimos os olhos para essa realidade. E o pior… muitos desses conceitos são conflitantes, o que gera uma grande confusão quando temos que optar por algum caminho…
Sim, não é fácil encontrarmos nossos iguais. Corremos atrás de quimeras, na vã esperança de nos encaixarmos naquele grupo em especial… e, depois de algum tempo, descobrimos que nada temos em comum com estes… não era o nosso lugar…
O problema é que, geralmente, procuramos estar no meio de pessoas que estejam em nosso nível, nem abaixo, nem acima… porém não é assim que o mundo funciona. Diferenças culturais não são a base para nos encontrarmos com aqueles que realmente são nossos iguais… formações díspares muitas vezes são essenciais para que o grupo se reúna. E por que?
Simples… se todos tivessem a mesma visão do mundo, a mesma formação, em que isso iria auxiliar em sua evolução? Afinal, cada grupo é, de certa forma, um grupo social autônomo, um ser vivo pensante. E precisa de todos os tipos de informações, para que possa avançar pela selva implacável da vida. Partilhamos nossas informações, nossas ideias.
Pois juntas, somos mais fortes. E… não se esqueçam dessa frase… os pássaros se reconhecem por suas plumas….
