Na tradição alquímica, o altar é considerado muito mais que um simples espaço físico, é um ponto de convergência entre o mundo material e espiritual, um local onde a transformação alquímica pode ser facilitada e potencializada. O significado alquímico do altar é de um portal de transformação de intensões e de meditação. É através dele que acontecem as transmutações energéticas e as conexões entre outros planos vibratórios e espirituais.
A montagem de um altar alquímico é um processo que requer atenção aos detalhes e compreensão profunda do simbolismo envolvido, pois o altar deve refletir sua jornada alquímica pessoal onde cada elemento tem significado específico. A escolha do local deve ser em ambiente tranquilo e reservado de preferência voltado para o leste, pois é a nascente solar. O ideal é que não tenha interferências eletromagnéticas como pontos de TV, internet etc. E protegido de olhares curiosos.
A construção de um altar alquímico deve seguir alguns passos, como os elementos simbólicos que serão usados, as direções cardeais desses elementos, os símbolos alquímicos específicos e as cores e formas significativas. Pode ser coberto com tecido apropriado (preto, roxo ou branco). Vamos ver como e quais elementos e seus significados são utilizados na confecção de um altar alquímico. Por ser um processo ritualístico, precisamos entender a necessidade de se dispor os instrumentos seguindo a orientação dos pontos cardeais ou elementos direcionais.
Os elementos direcionais representam as forças primordiais da natureza e suas correspondências alquímicas. O leste (Ar) representa o início, o nascer do sol, o pensamento e a comunicação. O incenso purifica e eleva as vibrações e os instrumentos de escrita registram o conhecimento divino. Sua cor está associada ao amarelo. Simboliza o início da Grande Obra. O sul (Fogo) representa transformação, energia e poder. As velas são a fonte de luz e transformação. O Athanor é fornalha alquímica, símbolo da transmutação. Sua cor está associada ao vermelho e simboliza o processo de calcinação. A direção oeste (Água) representa as emoções, intuição e a dissolução. O cálice é o receptáculo das energias fluidas. A cor associada é o azul, que simboliza o processo de dissolução. E ao norte (Terra), que representa a materialização e cristalização onde os cristais e sais são os elementos de manifestação. A cor associada é o verde e simboliza a conclusão da Obra.
A simbologia alquímica é imensa e muito rica. Um altar convencional contém os seguintes símbolos. Um Pentagrama, os símbolos planetários, o livro “A tábua esmeralda e o Ouroboros. A cada necessidade os símbolos podem ser acrescidos e depois removidos e guardados, esse apresentados são os básicos para se iniciar a energização desse altar. A disposição dos elementos deve seguir a seguinte orientação. Ao centro do Altar, que é o símbolo principal de poder, colocamos o Athanor simbólico aqui é o espaço para trabalho alquímico. Nas laterais do altar ficam os instrumentos de trabalho, as oferendas e elementos complementares ao trabalho alquímico. Além do Athanor, temos o cálice sagrado, que representa o feminino, a receptividade e simboliza o Santo Graal.
Usado para conter essências e elixires. A adaga/Athame representa o masculino, ação. Direciona energia e simboliza vontade e poder. O Grimório é o registro de operações alquímicas. Ele contém fórmulas, observações e documenta a evolução espiritual. Para a escrita, tradicionalmente, se indica uma pena e tinta, porém uma caneta tinteiro representa o processo. Esses instrumentos são utilizados para uma escrita sagrada. Alguns relatos alquímicos indicam preparar a própria tinta, pois ao escrever mensagens se faz a conexão entre mundos.
Finalizando, temos os cristais no altar alquímico. Cada cristal possui funções específicas que contribuem para o processo de transformação espiritual e material. O quartzo branco é usado para purificar e amplificar energias, facilitar a comunicação com planos superiores, atuar como programador de intenções e clarifica pensamentos e intuições. Seu posicionamento é geralmente no centro do altar ou no ponto Leste. A ametista facilita a transformação interior, aumenta a intuição e clarividência, protege contra energias negativas e eleva a vibração do ambiente. Seu posicionamento, geralmente, é no Oeste, associado à transformação. O citrino catalisa processos de manifestação, potencializa intenções materiais, transmuta energias negativas em positivas e ativa o poder pessoal. Seu posicionamento, geralmente, é no ponto Sul, associado ao elemento Fogo.
Temos os símbolos alquímicos como o pentagrama, que representa os 5 elementos sendo um símbolo de proteção e de união do espiritual com material. Os símbolos planetários representam forças celestiais, influências astrológicas e as correspondências metálicas. O livro “A Tábua Esmeralda” representa os princípios herméticos fundamentais como a Lei da correspondência e contém a base da filosofia alquímica. Ouroboros é a serpente que morde a própria cauda representando o ciclo eterno de transformação e a união dos opostos.
Para a utilização do altar devemos nos preparar fazendo nossa purificação pessoal antes do contato, limpeza energética do espaço e estabelecer de forma clara a intenção desse contato. A interação com o altar é de respeito e reverência, mantendo consciência da sacralidade do ato e da importância da manutenção da energia durante o trabalho. Esse espaço que contêm o altar deve ser mantido limpo regularmente, os elementos devem ser renovados sempre que necessário. As práticas recomendadas junto ao altar são a meditação, entrega de oferendas apropriadas, rituais de conexão, estudos e contemplação. Lembre-se de manter o altar em local adequado e evite interferências negativas, respeite os ciclos naturais e mantenha disciplina nas práticas. Tudo isso reflete o respeito que um local consagrado merece.
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Marco Mammoli, Mestre Conselheiro e membro do conselho do Colégio de Magos e Sacerdotisas. Você pode entrar em contato com o Colégio dos Magos e Sacerdotisas através da Bio, Direct e o Whatsapp: 81 997302139.
