De ave liberta – a desafortunada
Presa à terra a se conformar
Não só mudou a plumagem,
Mas o canto, o caminhar.
Hoje, trôpego pela grama.
Perdeu o livre voar
Ave de outrora, arisca.
Perfilada, desfilava
Hoje, sobra-lhe o náutico.
Ao ter a asa – quebrada
Espaço ainda livre – as águas
Equilíbrio de elegância do pato
Esquece as nuvens, o vento.
Troca por cabeças mergulhadas
Rápido gesto de busca
Ou vergonha afundada
Pássaro Pato – penalizado
Mudança de vida
Por perda de uma asa
Saudade dos voos no bando abandonado
Nova identidade – foi pato
É pato – Só um pato.
Inconformado
Para lembrar Vinícius, lá vem o pato…
