A melhor vingança é não vingar. É receber as pancadas com o corpo macio e flexível para que elas se esgotem sem ferir.
É transformar os pacotes azedos, pesados de mágoas que o destino põe sobre teus ombros em força capaz de acelerar a tua viagem na busca do que só a ti cabe construir: a tua vida, o teu destino, a tua felicidade.
Não importa se tudo e todos se oponham aos teus desígnios e que isto te persiga desde a menor infância. Teu pai não te deu o carinho merecido, tua mãe não cuidou das tuas roupas, teus irmãos egoístas, teus professores injustos…
Todos com culpa.
É verdade.
As circunstâncias, os outros e até os que te querem bem podem muito, podem tanto que inclusive te oferecem as justificativas para as tuas frustrações e os teus tombos.
Todos nós temos uma história triste para contar. Todos, ninguém escapa. E é muito natural justificar as tolices e desvios cometidos, culpando fulano, beltrano ou cicrano.
Muitos se consideram produto do que os outros fizeram com eles.
Mas todos juntos, por mais que possam, podem muito menos do que tu.
Porém não importa o que fizeram contigo, mas sim o que tu fazes com o que te fizeram. Se te magoaram e tens de chorar, chora e chora tudo e chora sempre. Drena, contudo, as tuas lágrimas para longe, onde não apaguem o fogo do teu ideal rebelde.
É bom apreender a dizer não ao conforto de quem só procura a razão. Se estiveres determinado a trocar a razão pela tua felicidade ainda e sempre será tempo de fazê-lo. Minuto a minuto, dia após dia, com serenidade e com determinação.
Até porque a tua existência somente se justifica se for para desfrutar as coisas boas da vida. A vida não é vivida pelos masoquistas, nem foi feita para eles.
E por incrível que pareça, as coisas boas estão ao nosso alcance, muito mais próximas do que pensamos.
A FELICIDADE, árvore frondosa de dourados frutos existe sim. Enfrentemos o desafio de cultivá-la, no jardim dos nossos sonhos.
Não há bem que sempre dure nem mal que não termine. Nessa gangorra da vida temos que ter presente que o bem tanto mais dura quanto mais valorizado. E valorizá-lo significa pagar-lhe o justo valor.
A natureza é fundamentalmente dialética e faz o jogo do contrário. Ao esperto de hoje chegará amanhã o amargor de um passado malandro. O dedicado e sério, desde hoje, viverá a serenidade da senóide, de paz e de chumbo, para cima e para baixo. E assim, é gostoso viver.
Do velho rabugento que te ama.
