Ontem foi dia de mais um espetáculo tragicômico à la bolsonarismo em várias capitais brasileiras. Parecia até reprise de uma série ruim que ninguém pediu para renovar, mas lá estavam eles, firmes e fortes… quer dizer, nem tão firmes, nem tão fortes assim. A verdade é que o público foi pequeno, quase uma reunião de condomínio mal convocada.
O cardápio de absurdos estava variado: gente pedindo anistia, outro tanto comemorando as sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, como se ser capacho de estrangeiro fosse medalha de honra ao mérito. Teve até quem jurasse que o Brasil vive numa ditadura… claro, uma ditadura onde todo mundo vai pra rua xingar ministro e ninguém é impedido. Ditadura à la carte, só para fins dramáticos mesmo.
Mas confesso que o que mais me chamou a atenção foi a vibe de “fã órfão de ídolo em baixa”. Sabe quando a banda famosinha já não lota estádio e acaba tocando em boteco para meia dúzia de fãs nostálgicos? Pois é, o bolsonarismo parece estar nesse ponto. A chama que incendiava avenidas anda mais para brasa apagando na churrasqueira do que para incêndio revolucionário.
Menos mal. Ao que tudo indica, até para o eleitor mais fiel ficou feio demais esse papel de torcer para gringo meter o bedelho na nossa soberania. E se tem uma coisa que brasileiro não perdoa, é quem baba ovo de americano achando bonito. Talvez o bolsonarismo esteja descobrindo tarde demais que ser submisso aos EUA não rende voto. No máximo rende meme.
