Às vezes, eu confesso que fico desanimada quando vejo na televisão ou nas redes sociais tantos pastores picaretas ocupando espaço. Pessoas que deveriam ser referência de bondade, misericórdia e humildade, mas que se exaltam, gritam e até usam palavrões em nome de Deus. É um espetáculo que causa repulsa. Nesses momentos, dá a sensação de que não existe mais pastor sério no mundo.
Mas isso não é verdade. Eles existem e são muitos. Estão por toda parte, fazendo um trabalho silencioso, longe dos holofotes. Estão visitando presídios, confortando famílias enlutadas, acolhendo moradores de rua, ajudando pessoas em situação de miséria, ouvindo sem julgar, pregando o evangelho no seu sentido mais puro: o da solidariedade e do amor. Esses homens e mulheres de fé não buscam fama, não se alimentam da mídia, rejeitam o palco porque sabem que o serviço verdadeiro é discreto, quase invisível.
Por isso é um equívoco achar que “Malafaias” são a regra. Eles não são. Eles são a aberração de um sistema que adora transformar religião em espetáculo. Não representam o Deus que dizem amar. Pelo contrário, desfiguram sua mensagem. O Deus da compaixão, da justiça e da misericórdia não precisa de microfone, mas de testemunho na vida cotidiana. E esse testemunho, felizmente, ainda se encontra em muitos pastores e pastoras sérios, que seguem firmes em sua missão, mesmo sem aparecer nas manchetes.
