Hastear a bandeira de outra nação no dia da Independência do Brasil é, talvez, um dos atos mais antidemocráticos já vistos na história contemporânea.
Foi exatamente isso que ocorreu nas manifestações pró-anistia de bolsonaristas neste 7 de setembro.
Há quem tente reduzir o episódio a um simples gesto de apoio aos Estados Unidos, mas não se trata disso. O simbolismo é claro e profundo: por trás desse ato grotesco permanece a fantasia absurda de pedir a Donald Trump que bombardeie o Brasil com armas nucleares e que persiga a Justiça brasileira.
É um cenário lamentável, revelador de uma inversão de valores. Esses manifestantes não são patriotas — são patriotários, devotos da bandeira alheia, incapazes de honrar a própria.
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João Moura, filósofo, é professor aposentado
