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Paz e guerra não combinam no mundo dos humanos

Quando viemos para esse plano nada trouxemos. E quando partirmos, nada levaremos daqui. Como as ervas que crescem e com o tempo fenecem, seremos esquecidas por todos. Nenhuma lembrança restará de nossa passagem… pois nada somos senão se-mentes passageiras, que após germinarem, crescerem e darem o fruto estão destinadas a partir como chegarem… de mãos vazias, pois nada que usufruímos neste plano re-almente nos pertence. Nem mesmo nosso próprio corpo…

E ainda assim, lutamos contra algo que não compreendemos, tentando deixar nossa passagem registrada para a posteridade… queremos ser lembradas no futuro, como se a simples menção de nosso nome por alguém nos permitisse reviver…

Várias são as explicações dadas por aqueles que lutam para imprimir seu nome nos anais da história. Tudo é válido. E, ao mesmo tempo, sem sentido. Na verdade, se formos pensar friamente, nada neste mundo faz sentido…

Desde os primórdios da história, o ser humano sente sede de poder. Dominar seus iguais é uma necessidade difícil de ser saciada… mas luta para conseguir. Como um grande formigueiro, exércitos se armam para dominar aqueles que nomeiam como “seus inimigos”… não sabem quem são, não conhecem seus anseios, seus desejos… mas ainda assim seguem em frente em seus atos de barbárie, porque “alguém” assim ordenou…

Quanto maior o poder bélico de um povo, mais se sente autorizado a pisotear outro grupo social. Aquele que se denomina Líder de determinado grupo simplesmente resolve que precisa conquistar mais terras para “seu povo”… e assim, determina que seus comandados sigam suas ordens e destruam tudo que encontrarem à frente, pois apenas a vitória final será aceita… quanto menos sobreviventes do outro lado sobrarem, melhor… afinal, que direito seus inimigos tem sobre a terra em que nasceram?…

Recursos são desviados para que a missão bélica tenha sucesso. As pessoas convocadas a “lutar pela pátria” nem mesmo entendem o que estão a fazer. Simplesmente seguem ordens, seu Líder achou por bem anexar novas terras ao seu domínio e o preço deve ser pago, de preferência com o sangue inimigo… mas se tiver que ser de seus comandados, não há problema… afinal, os “dirigentes do povo” estão bem protegidos, prontos para assumir o comando quando a missão for concluída e as fronteiras estiverem expandidas…

Mas porque essas pessoas tem essa sede de Poder? Porque, para se sentirem realizadas, tem que dominar e até destruir seus semelhantes, para se sentirem realizadas? Em que afetará sua vida tomarem aquilo que não lhes pertencia? E porque seus subalternos os seguem sem discutir, cometendo barbaridades em nome de alguém que, na verdade, não tem poder algum?

Se pensarmos que, ao cerrarmos nossos olhos pela última vez, nada daquilo que amealhamos em nossa caminhada por esse plano irá nos acompanhar, qual o sentido de tudo isso? Não é lógico, simplesmente… é como se, por termos consciência de nossa finitude, desejássemos destruir todo o nosso entorno, para que ninguém mais pudesse usufruir daquilo que, em nossa concepção deturpada, pertence apenas a nós…

Se há outra explicação, não consigo visualiza-la… não neste momento, pelo menos… é difícil entender porque a mesquinharia domina tantas almas. Mas assim é o mun-do…

Felizmente nem todas as Almas que caminham por esse plano comungam com essa forma de agir. E lutam não só para salvar seus semelhantes, como também tentam fazer aqueles que estão desencaminhados ouvir a voz da razão. Graças a Deus e ao seu trabalho persistente, muitas vidas são salvas. Claro que toda vida conta, mas quando se consegue salvar uma única Alma de um massacre iminente, já é uma vitória. Afinal, os senhores da Guerra não tem escrúpulos em ordenar um ataque e depois dizer que tudo não passou de um lamentável acidente… tudo para manter um “status quo”…

Para combater a violência que grassa por esse mundo afora, aqueles que defendem a paz em todos os níveis devem se reunir e procurar trazer para a Luz os que se encontram perdidos na Escuridão. E esse não é um trabalho simples, pois o principal é convencer os acólitos de Marte de que seu caminho só os levará em direção ao precipício… e não podemos nos esquecer que para alcançarmos sua Alma, teremos que cor-tar a influência de Fobos e Deimos, mostrando-lhe que o melhor caminho da vida é o da paz… e que o Paraíso é reservado aos mansos de coração…

No dia em que os candidatos a “Senhor do Mundo” perceberem essa verdade, o mundo amanhecerá sorrindo, pois as batalhas finalmente findarão… será então promulgado o Paraíso na Terra, e cada ser humano receberá a parte que lhe cabe, sem desejar tomar as posses de seu irmão… Pode ser um sonho utópico, mas que bom seria se a gente pudesse ver esse dia chegar…

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