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Psique humana ainda sofre pela fragilidade do conhecimento das causas

Hoje dei de cara com um mundo diferente.

Pareceu-me vazio, mas tinha tanta gente.

Cada qual sem perceber-me, atravessava o caminho.

Uns mudos e assustados, outros falantes com multidão e agitados, Tentei compreender esse mundo irreal, todavia, difícil contatar suas mentes.

Trancafiados sem saber da liberdade tirada, medem passos entre salas vazias gradeadas.

Andando em círculo, ou virados para a parede na disputam dos espaços. Não se esbarram.

Alguns parecem normais, sentados tocando em plantas, dançando a musica dos sonhos ou simplesmente olhando o horizonte.

Percebi a difícil tarefa do não comunicar,

Na maioria das vezes passei sem ser abordado, porém, de repente diante de mim um – zumbi vivo, olhava sem me ver – fez gesto de tocar meus cabelos, mas parou no ar.

Assustei-me com a quantidade de jovens abandonados pela saúde mental.

Grupos de viciados, grupos de delirantes, grupos de anestesiados, grupos de perdidos para sempre. E, o grupo de tornozeleiras escapando de outro tipo de prisão.

Em momento gritos me despertaram medo, estará sofrendo? Desconfio dos tratamentos, das pessoas que ali dedicam a vida ao cuidado desses frágeis seres. Culpados ou inocentes?

Realmente não sei se reverencio ou temo o profissional que cuida do paciente terminal ou, o profissional que cuida de proteger e resgatar a vida do zumbi.

Como definir essas pessoas?

Mas não existe no mundo pior local que um manicômio. Chamá-lo de clínica, hospital ou Centro de recuperação – são rótulos.

A essência é que no fundo ainda é depósito de gente que não aguenta a sociedade. E a sociedade os esconde.

A psique humana ainda sofre pela fragilidade do conhecimento das causas, na dificuldade da prevenção de gatilhos, e submissão pelos laboratórios farmacêuticos e seus médicos.

As evidências consideradas nos estudos científicos ainda seguem as linhas do passado, sem avanço libertário.

Todo mundo devia visitar um espaço dessa natureza pelo menos uma vez na vida. Para saber e dar valor aos sentimentos, emoções e a capacidade de controle do pensar e de enfrentamento, Por quê?

Para conhecer o que realmente significa desistir.

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