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Quando Adão, não o de Eva, salvou repórter de garanhão ao som de Glenn Miller

José Escarlate

Em uma das viagens de Geisel ao Espírito Santo, um deputado federal, mais tarde governador e senador da República, convidou os repórteres palacianos para jantar na boate, se não me engano, “Hippopótamus”. Boca-livre é com jornalista.

À chegada, sentimos que o distinto jogava charme em cima de uma repórter de Brasília. A moça, realmente atraente, era recém-casada. O maridão ainda era o seu herói. Mas o parlamentar resolveu investir nela.

A bichinha fugia do cara como o diabo foge da cruz. Ela se escorava no Adão Nascimento, alto e fortão, com cara de poucos amigos para evitar o garanhão. Ficamos na maior dúvida. Corriam comentários que o cara também jogava água fora da bacia. Tentamos proteger a moça.

Decidimos fazer um cerco em torno dela, afastando a presença indesejada do parlamentar que, contrariado, desistiu da presa. Bateu em retirada, sem conseguir digerir o jantar que pagara, que por sinal estava ótimo. Tudo isso ao som de uma orquestra que era puro Glenn Miller.

Na volta a Brasília, o Cornélio Franco, que presidia o Comitê de Imprensa do Planalto, gozador, só faltou enviar flores à coleguinha, em nome de todos, agradecendo o excelente jantar. Quanto à moça, foi devolvida ao maridão tão pura como quando chegara a Vitória.

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