Recebemos ontem a notícia que muita gente duvidava que um dia chegaria: Carla Zambelli foi presa na Itália. A deputada que tantas vezes debochou das instituições democráticas, que viveu de espalhar ódio e desafiar as regras do jogo democrático, agora está atrás das grades, mesmo que a um oceano de distância.
Veja bem, eu não me considero punitivista. Não acredito que prisão resolva todos os problemas do mundo, nem que a justiça se faz apenas com grades e algemas. Mas também não sou ingênua. Quando alguém passa anos atacando a democracia, minando a confiança nas instituições e colocando em risco a estabilidade do país, é preciso um recado claro: ninguém está acima da lei. Nem quem se acha intocável.
Ver essa prisão acontecendo me dá uma sensação de alívio, não porque desejo o sofrimento de alguém, mas porque é a prova de que as engrenagens da justiça, mesmo lentas, ainda funcionam. É a demonstração de que a democracia pode até ser atacada, mas não é indefesa. Que atos têm consequências e que a imunidade parlamentar não é um escudo para a impunidade.
Se a extradição for concretizada e a pena cumprida no Brasil, será mais um passo importante para mostrar que quem tenta brincar com o Estado de Direito pode até rir por um tempo, mas uma hora a conta chega. E, sinceramente, que seja exemplar, não por vingança, mas por respeito a todos que acreditam na democracia e lutam para defendê-la.
Não comemoro a desgraça de ninguém, mas confesso que comemoro, sim, a Justiça funcionando. Comemoro o fato de que a democracia ainda tem mecanismos de defesa contra quem quer transformá-la em um circo de mentiras e desordem. E que sirva de alerta: quem atenta contra as instituições pode até se achar esperto por um tempo, mas uma hora a conta chega, com juros e correção.
