A gente sempre faz planos para a vida. Na vida pessoal, na família, na carreira… é quase instintivo: imaginamos como será o amanhã, traçamos caminhos, alimentamos sonhos. Mas, inevitavelmente, algumas coisas não saem como esperamos. É normal. Ainda que doa, é parte do percurso.
Quando isso acontece, chega o momento de recalcular a rota. Não é só trocar de direção. Às vezes é aceitar que um destino que parecia tão certo deixou de fazer sentido. Algumas mudanças são suaves, quase imperceptíveis; outras vêm como um corte abrupto, nos deixando meio sem chão. Há dor em perceber que um sonho pode ser inviável. Mas também há coragem em deixar ir o que não cabe mais.
Aceitar o que não deu certo não é desistir de viver, é abrir espaço para o novo. É entender que nem todo objetivo que traçamos precisa, ou pode, ser alcançado. Alguns só existiram para nos impulsionar até certo ponto. Depois disso, é preciso desapegar.
E desapegar, muitas vezes, é um ato de amor-próprio: soltar aquilo que pesa, que limita, que já não faz sentido, mesmo que tenha feito antes. É permitir-se reencontrar, com outros desejos, outros caminhos, outras possibilidades.
Recalcular a rota não é perder-se. É se permitir chegar a lugares que, talvez, nunca estivessem no mapa inicial, mas que podem ser exatamente onde a gente precisava estar.
