Depois que me tornei mãe, entendi na prática o real significado do ditado “nunca diga dessa água não beberei”.
Não é que eu não soubesse o que queria da vida antes, é que eu não tinha levado em conta o fator “filho” na equação. E olha… a chegada deles muda tudo. A gente começa a ver o mundo e a vida com outros olhos, a considerar possibilidades que antes pareciam absurdas, desnecessárias ou, simplesmente, incompatíveis com a nossa personalidade.
Recentemente, minha filha se encantou pela Minnie. Não a de pelúcia, não a dos desenhos, mas por uma moça fantasiada de Minnie. O encanto foi tamanho que ela queria seguir a pobre da moça por todos os lugares. A cena era quase comovente, quase fofa, e quase constrangedora, porque claramente a Minnie não estava preparada para ser seguida por uma fã de um metro de altura, com energia de maratonista.
No auge do meu cansaço, já me sentindo emocionalmente vencida e fisicamente exausta, pensei em voz alta: “É… talvez eu tenha que ir à Disney…”
E aí, caiu a ficha. Eu, que tantas vezes disse “nunca irei à Disney”, que me orgulhava de não cair na armadilha dos parques temáticos, que já critiquei as orelhinhas de plástico de muitos dólares… lá estava eu, cogitando uma viagem internacional para realizar o sonho da minha filha de abraçar uma roedora falante.
Foi aí que entendi: a maternidade é, entre tantas coisas, uma máquina de derreter convicções. É um campo minado onde cada passo pode te levar a fazer algo que jurou que jamais faria. E, no fim, a gente faz. Rindo, cansada… mas feliz.
Porque nunca diga “dessa água não beberei”, especialmente se a água vier acompanhada de um ingresso, um voo e um par de orelhas da Minnie.
