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Queda de Musk abala Casa Branca e transmite um ‘império’ em ruínas

O bilionário Elon Musk anunciou sua saída oficial do governo Donald Trump, encerrando um período conturbado de colaboração que misturou tecnologia, política e polêmicas. A decisão, segundo fontes próximas ao empresário, teria sido motivada por “diferenças irreconciliáveis” em torno de questões ambientais, comerciais e de governança digital. Mas esses mesmos analistas avaliam que está vindo o sinal de que o ‘império’ de Tio Sam está em ruínas.

Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, vinha atuando como conselheiro informal da Casa Branca em temas ligados à inovação, infraestrutura e inteligência artificial. Apesar da relação próxima com Trump, que já o descreveu como “um gênio fora da curva”, a convivência foi marcada por choques públicos e desentendimentos nos bastidores.

A ruptura teria ganhado força nos últimos meses, após Musk criticar duramente a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris — decisão apoiada por Trump — e se opor a políticas migratórias mais rígidas defendidas pelo ex-presidente. Em redes sociais, Musk chegou a declarar que “a ciência e a compaixão não devem ser descartadas por ideologia”.

Fontes ligadas ao alto escalão da Casa Branca relatam que o bilionário vinha sendo cada vez mais isolado nas reuniões, com sua influência direta sobre decisões estratégicas diminuindo. Um dos episódios mais emblemáticos teria sido a recusa de Musk em apoiar um plano de reindustrialização com base em combustíveis fósseis, considerado central pelo governo.

Apesar das desavenças, Musk obteve vitórias pontuais durante sua estadia em Washington. Foi dele a proposta de criação de um conselho federal para ética em inteligência artificial, além da mediação de acordos para incentivos à indústria aeroespacial privada. Contudo, críticos apontam que sua presença deu verniz tecnológico a uma administração frequentemente acusada de negacionismo científico.

“Foi uma relação simbiótica e desconfortável. Musk usou a Casa Branca como palco, e Trump se aproveitou da aura de modernidade que o empresário carrega”, avalia a cientista política Marla Greene, da Georgetown University.

Em comunicado divulgado pela assessoria da Tesla, Musk agradeceu a “oportunidade de contribuir com ideias e alertas”, mas afirmou que “o tempo de mudança real exige independência de pensamento”. Ele deve se dedicar agora à expansão de projetos ligados à colonização de Marte e ao desenvolvimento de tecnologias neurais.

Donald Trump, por sua vez, minimizou a saída. “Ele é um bom sujeito, mas ninguém é insubstituível. Temos grandes mentes no time. Vamos continuar fazendo a América grande de novo”, declarou o presidente, em evento no Texas.

A despedida marca o fim de uma relação que dividiu especialistas e acentuou os contrastes entre a inovação disruptiva de Musk e o conservadorismo de Trump. Com a saída do bilionário, analistas preveem um vácuo simbólico no discurso do presidente sobre o futuro da tecnologia americana.

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