Algumas situações do meu dia a dia me trazem uma sensação de paz difícil de descrever. Uma delas acontece quando minha filha adormece depois de um dia cheio, daqueles em que ela correu, riu, explorou e viveu intensamente. Ver o rostinho tranquilo, entregue ao sono, depois de tanta alegria, é como se o tempo parasse por alguns instantes. Eu sinto que tudo valeu a pena.
Outra cena que me enche de calma é quando a vejo brincando junto com o pai. Os dois têm uma cumplicidade que ultrapassa as palavras. Muitas vezes nem precisam conversar: basta um olhar ou um sorriso e, de repente, estão mergulhados em aventuras imaginárias (ou não) que só os dois sabem inventar. É um espetáculo silencioso e, ao mesmo tempo, vibrante de vida.
Às vezes, claro, dá vontade de participar da brincadeira, de me juntar a eles naquele universo tão próprio. Mas, na maioria das vezes, fico quieta, apenas observando, com medo de quebrar a magia. Porque o que eles têm juntos é bonito demais, e eu aprendi a valorizar também o lugar de espectadora privilegiada dessa relação.
São nesses momentos simples que encontro um tipo de paz raro, aquele que não se compra, não se planeja e não se força: ele simplesmente acontece.
