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Uma plataforma digital lançada na quarta (4) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) vai facilitar o acesso a informações sobre as eleições no Brasil desde 1998. O banco de dados do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) é composto de informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e responde a perguntas como: o percentual de renovação do Congresso Nacional, quantos mulheres foram eleitas no último pleito ou se aumento o número de negros eleitos para o Executivo e o Legislativo.

A cientista política Lara Mesquita, pesquisadora do Cepesp, destaca que olhar o passado permite conhecer a realidade e fazer escolhas mais conscientes no processo eleitoral. “O CepespData ajuda a traduzir para o eleitor o retrato das eleições passadas. Por exemplo, a gente sabe que é muito grande a probabilidade de um deputado que já foi eleito se reeleger e que um candidato que teve votação muito pequena numa eleição anterior tem poucas chances de aumentar de maneira substantiva a sua votação na próxima eleição”, exemplificou.

Por enquanto, já é possível encontrar informações sobre a votação por município dos 513 deputados federais eleitos na última legislatura. Para as eleições deste ano, que ocorrem no dia 7 de outubro, os dados dos candidatos estarão todos atualizados na plataforma e será possível cruzar informações sobre eles. Até o final do ano, a plataforma trará dados sobre a arrecadação de cada candidato, bem como o gasto de campanha e a filiação partidária.

Lara aponta que esses dados já são utilizados por pesquisadores e acadêmicos e agora o CepespData permite o acesso ao público em geral. “Que qualquer cidadão brasileiro possa encontrar informações sobre as eleições anteriores de maneira fácil e acessível”, disse, destacando que a iniciativa se trata de uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Análise de dados – O presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Daniel Bramatti, avalia que a iniciativa ajuda a ampliar o acesso aos dados disponíveis na internet, mas que, embora disponibilizados, não são de fácil compreensão. “Os dados estão brutos. Às vezes são arquivos muito grandes que as pessoas têm dificuldade até de achar um software que consiga abrir esses arquivos. Quando você faz um trabalho em cima desses dados, você está abrindo uma caixa-preta”, apontou.

Bramatti acredita que plataforma contribuirá para uma cobertura jornalística mais qualificada do processo eleitoral. “Sempre tem que analisar e ver o que ocorreu nas eleições anteriores para traçar uma evolução. Essa ferramenta facilita o trabalho na medida em que ela pega os dados brutos que estão no TSE e permite fazer uma consulta de forma mais facilitada”, avaliou.

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