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Raio X da violência em Brasília mostra aumento de 58% em roubos e assaltos residências

Mariana Damaceno

Brasília teve 47 homicídios registrados em fevereiro de 2016. Comparado com o mesmo mês de 2015, o número é igual. Os dados são do balanço mensal divulgado nesta terça (8) pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. Delitos como roubo em residência continuaram subindo em comparação com o ano anterior — foram 57,9% a mais que em fevereiro de 2015.

“Esse é um tipo de crime com muito impacto, mas temos percebido uma relação com a crise econômica vivida pelo País. Não é só em Brasília, mas em várias capitais”, comentou a titular da Segurança Pública, Márcia de Alencar Araújo. “É necessário perceber que investigação policial precisa de um tempo para entender como funciona o fenômeno.”

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba de Castro, a corporação tem conseguido fazer prisões importantes, que tendem a reduzir os roubos em residência. Na semana passada, foram detidas 25 pessoas, que agiam principalmente nos Lagos Sul e Norte e no Park Way. Nos dois primeiros meses do ano, foram elucidados casos de grande repercussão, e os envolvidos acabaram na prisão.

Roubo em transporte coletivo – Roubo em transporte coletivo, que em janeiro teve acréscimo de 14,2% sobre o mesmo mês do ano passado — bem abaixo da alta de 136,4% de dezembro em relação ao mesmo período de 2014 —, aumentou agora 21,3% frente a fevereiro de 2015 (171 casos contra 141).

Os crimes contra o patrimônio — roubos e furtos — representam quase 90% das ocorrências registradas no DF, sendo que roubo em coletivo é responsável por 5% do total e roubo a residência por 2,17%. Mesmo assim, segundo a secretária, as forças policiais têm se esforçado para desenvolver ações que combatam os índices. Foram feitas 400 operações no interior de ônibus pela Polícia Militar em fevereiro de 2016.

Por se tratar de crimes migratórios, de acordo com Márcia, a secretaria ampliará o Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida. “Teremos uma unidade técnica específica dentro da Secretaria da Segurança Pública que vai tratar do Entorno, com um especialista que a gente trouxe do Viva Rio para que ele pudesse fazer todas as articulações dessa área.” A ideia é que haja operações em conjunto das forças de segurança do DF e de Goiás.

Viva Brasília – A comparação de 2016 e 2015 com 2014 mostra resultados positivos no que diz respeito ao programa Viva Brasília. O número de homicídios, por exemplo, teve queda. Em fevereiro de 2014, foram 50, contra os 47 registrados no mesmo mês dos dois anos seguintes.

A percepção é a mesma em relação a outros delitos, de maneira ainda mais significativa. Roubos em coletivo, por exemplo, ocorreram 249 vezes em 2014, contra 141 em 2015 e 171 em 2016. Os roubos em comércio caíram de 470 em 2014 para 238 em 2015 e 252 em 2016.

Trânsito – As mortes no trânsito caíram 30,3% no acumulado dos dois primeiros meses em relação ao mesmo período de 2015. Foram 46 mortes neste ano, contra 66 no ano anterior. Segundo o diretor-geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Jayme Amorim de Sousa, a diminuição deve-se às ações adotadas pela autarquia para coibir práticas perigosas, como a ingestão de álcool antes de dirigir. Só em fevereiro de 2016, houve 107 blitze.

Também estiveram na apresentação do balanço o comandante-geral da PM, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton Santos Esteves Junior; e os subsecretários de Proteção e Defesa Civil, coronel do Corpo de Bombeiros Sérgio José Bezerra, de Integração e Operações, coronel Márcio Pereira, e do Sistema Penitenciário, Anderson Jorge Damasceno Espíndola, vinculados à Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social.

Agência Brasília

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