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Ramagem vira sinônimo de criminoso foragido

Alexandre Ramagem é um criminoso foragido. As circunstâncias da fuga certamente serão esclarecidas em breve, mas, para mim, o mais impressionante foi a postagem que ele fez há dois nas redes sociais. Ali, ele assumiu um papel de vítima, como se estivesse sendo perseguido por uma justiça implacável e injusta.

O que mais incomoda é ele ter usado a esposa e a filha como escudo emocional para justificar o injustificável: sua própria fuga. Ramagem não pensou na família quando cometeu crimes no Brasil. Não pensou no impacto, na vergonha, nas consequências. Mas agora tenta transformar o núcleo familiar em argumento para sensibilizar a opinião pública. É covardia travestida de afeto.

Há algo de profundamente cínico na atitude de postar que está “foragido”, como se fosse apenas mais um capítulo glamourizado de uma narrativa pessoal. Ele debocha da justiça brasileira, debocha do país e, ironicamente, debocha da própria instituição da qual um dia fez parte.

Convém lembrar que Alexandre Ramagem foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos seguintes crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado. E a pena fixada por essa condenação foi de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão em regime inicial fechado.

No fundo, é mais um capítulo triste de uma história que já conhecemos bem: quando chegam ao limite, alguns desses personagens não enfrentam a verdade, não encaram as próprias escolhas. Apenas correm. Mas a justiça, cedo ou tarde, alcança quem dela tenta zombar.

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