Notibras

Redima-se, Wenceslau Araújo!

Ontem recebi uma linda fotografia do jornalista  José Seabra, o Chefe, acompanhado da sua encantadora neta, a Lyssa. A menina, com o sorriso de quem sabe escolher o caminho dos dignos, mesmo que às vezes possa parecer tortuoso, veste a mesma camisa que já foi elegantemente representada por craques do quilate de Ademir da Guia, Julinho Botelho, César Maluco, Djalma Santos, Luís Pereira, Leivinha e tantos outros.

A pequena Lyssa talvez não saiba, mas a minha mulher, a famosa Dona Irene, é torcedora do Palmeiras. E eis que a neta do Chefe me encheu de coragem para responder a uma provocação feita por ninguém menos do que o poderoso e quase intocável Wenceslau Araújo, editor-chefe do Notibras, notório flamenguista. Sim, isso mesmo, esse jornalista notável valeu-se da condição de queridinho da redação para escrever uma matéria morde-assopra direcionada à Dona Irene. carregada de ironia, sobre o título conquistado pelo Flamengo contra o Porco.

Pois bem, meu querido e estimado Wenceslau, o senhor é, nas palavras do Capitão Nascimento, que neste momento me dou o direito de torná-las minhas, um fanfarrão. Isso mesmo! Fanfarrão!!!

Há uma frase famosa, cuja autoria é atribuída a tanta gente, entre as quais Nelson Rodrigues, que diz que “das coisas sem importância, o futebol é a mais importante que existe”. Se a frase é mesmo desse que foi um dos maiores cronistas brasileiros, não tenho como cravar, mas sei que o Wenceslau e muito menos a Dona Irene não são adeptos de tal pensamento. Futebol, para ambos, além de representar algo sublime, é muito mais importante até do que brigadeiro em festa de criança, apostar no jogo do bicho, descer no escorrega com as mãos para o alto, roubar manga no quintal do vizinho ou, pasmem, apertar a campainha alheia e sair correndo.

A Dona Irene até quis responder de próprio punho à provocação, mas consegui, por ora, segurar a peteca. E, nesse caso, não temo por ela, mas pelo editor-chefe, que talvez não tenha o coração tão forte para suportar um revés diante de uma resposta à altura. Dessa forma, peço encarecidamente que você, senhor Wenceslau Araújo, redima-se antes que seja tarde demais.

E aqui me despeço com a consciência tranquila de quem nem liga para esse esporte que só consigo enxergar tédio. Afinal, quem é que gosta de ver 22 marmanjos correndo atrás de uma bola? Ah, me poupe!

Saudações alvinegras,

Eduardo Martínez

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Link da matéria do Wenceslau Araújo: www.notibras.com/site/futebol-deixa-marcas-mas-amizade-prevalece/

Eduardo Martínez é autor do livro ’57 Contos e Crônicas por um Autor Muito Velho’ (Vencedor do Prêmio Literário Clarice Lispector – 2025 na categoria livro de contos).

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