Na minha família, são os pequenos rituais que mantêm a memória viva. Não precisamos de grandes celebrações para sentir a presença dos que vieram antes; basta repetir gestos simples, quase automáticos, que carregam dentro de si um pedaço de história.
Essas pequenas tradições, às vezes quase invisíveis, são fios que nos ligam uns aos outros e ao passado. A receita feita sempre da mesma forma, a oração antes da refeição, o costume de se reunir na sala para rir de lembranças antigas. Cada detalhe é um modo de manter viva a sensação de pertencimento, como se dissessem: “a nossa história continua, mesmo nas coisas mais simples”.
No fundo, percebo que esses rituais não são apenas memórias, mas também herança afetiva. São eles que me lembram de onde vim e me ajudam a ensinar, a quem está chegando agora, que a vida é feita desses pequenos gestos que, juntos, constroem eternidade.
