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Se nos unirmos, as tragédias serão menores

Foto: Rovena Rosa/ABr

Tenho observado essas últimas tragédias que ocorreram no Brasil, tudo muito triste. Últimas porque se somam às inúmeras outras anteriores, nos alertando que muita coisa não vai bem. Mas persistimos nas disputas egóticas, na falta de tino e zelo, no eterno apontar o dedo em riste para os outros, na falta de bom senso e altivez provenientes das disputas políticas nas suas várias formas, o que não é bom face o mau exemplo social ir se disseminando por todo o tecido social, fragilizando toda a sua resistência.

É preciso compreender que o mau exemplo, ao se disseminar, produz o seu efeito maléfico de acordo com cada caso, cada perfil, cada ambiente, cada circunstância. Não é repetitivo, mas segue o mesmo padrão. Nossa sociedade relativiza demais tudo, realimentando a ideia primária de que somos uma sociedade jovem, em maturação social, e repetindo a rotineira e horrível frase: outros países com melhor qualidade de vida passaram por isso, o Brasil vai amadurecendo, é um país jovem. Horrível pensar assim.

Claro que esses casos têm todos uma ligação de configuração entre eles, são desenrolados como um novelo nefasto, que se não percebido e combatido segue sua saga contaminadora, como um vírus percorrendo a corrente sanguínea de forma descontrolada. A sociedade é um organismo que interage em toda a sua dinâmica, e se projeta, expandindo-se de acordo com os estímulos que recebe. E vamos ser francos, cotidianamente os estímulos distribuídos pelas artérias sociais não têm sido bons.

Precisamos em todos os níveis avaliar isso, com todo o cuidado e zelo, porque, de repente, a tragédia cai na nossa cabeça de forma fatal. As vezes na nossa zona de conforto entendemos que só ocorre na casa do outro, ledo engano. É preciso, aqui e agora, no momento presente, começar a plantar um forte sentimento prático de prevenção, cada um fazendo a sua parte no seu próprio espaço, e num urgente processo dialético entender como prevenir para si, e para os seus semelhantes próximos o risco de tragédias.

Essas tragédias não ocorrem em outro lugar, elas ocorrem em qualquer lugar, em todos os lugares em que haja uma soma negativa de fatores que as levem a explodir. Pode ser exemplo: num hospital, numa escola, no interior de um ônibus, de um shopping, ou dentro
da própria casa, nunca se sabe ao certo. E não adianta pensar que o poder público tem como estar em todos os lugares, até porque o poder público é a soma de cada um de nós fazendo sua parte com qualidade.

Se há problemas no seu meio, você se enquadra na zona de risco, cabendo já de antemão ir tomando medidas preventivas, dissuasivas, visando se proteger, e aos seus entes queridos. E a autoridade pública precisa estar disseminada e distribuída na ação de cada um, desenvolvendo em si, e no seu meio, a melhor qualidade de vida física, mental e espiritual, com forte embasamento em princípios e valores, para ao menos diminuir os riscos.

Essa é a responsabilidade de cada um, e de todos nós.

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