Lá naquela rede social chamada X, o antigo Twitter (esse verdadeiro umbral da internet) alguém resolveu me chamar de feia. Tudo porque, em outro momento, eu mesma tinha chamado de feia uma pessoa com opiniões politicamente incorretas. Obviamente eu não me referia à aparência da pessoa. Mas confesso que sempre que alguém solta essa “ofensa”, eu acho engraçado. Me sinto voltando ao ensino fundamental, quando as crianças achavam que chamar alguém de feio era o auge da crueldade.
Já tenho 40 anos, não carrego inseguranças com a minha aparência. Pelo contrário, me acho até muito bonita. Por isso, acho curioso demais quando alguém acredita que vai me atingir justamente por aí. Talvez até provoque risadas minhas, porque a tentativa é infantil, rasa, inofensiva.
Quer realmente me ofender? Não é me chamando de feia. Quer me ferir de verdade? Me chame de machista, de racista, de hipócrita. Isso, sim, mexeria comigo, porque toca nos valores que defendo e que me constituem. O resto, aparência, beleza, estética, é bobagem. Palavra jogada ao vento, que não me fere, só me diverte.
