A vida já nos mostrou algumas vezes de forma dura que insistir no que não evolui é uma das maneiras mais rápidas de perder tempo, energia e autoestima. E, quando dizemos isso, não estamos falando de frieza, nem de cinismo, mas de lucidez.
Há quem confunda perseverança com autoabandono, e foi justamente atravessando essas experiências que entendemos algo fundamental: repetir chances para quem não muda é desperdiçar o que ainda podemos viver.
Não se trata, portanto, de colecionar pessoas, mas de não colecionar frustrações previsíveis. Não se trata de quantidade, mas de sanidade. Não se trata do outro, trata-se de nós.
Nós aprendemos que é preferível abrir novas portas do que ficar batendo eternamente na mesma que insiste em permanecer fechada. Que é mais honesto experimentar relações diferentes do que insistir na mesma promessa quebrada. E que é infinitamente mais digno explorar novos caminhos do que cultivar esperança num terreno que já esgotou tudo o que podia oferecer. Porque burrice não é confiar; burrice é insistir num ciclo que já provou, repetidas vezes, que não tem nada novo para entregar.
A vida adulta é isso: um aprendizado constante sobre limites, escolhas e autorrespeito.
E, entre as muitas lições que o tempo nos deu, uma delas se tornou cristalina: não devemos desperdiçar nossas chances em quem nunca soube valorizar as próprias. Preferimos abrir novas possibilidades do que nos apegar ao velho desgaste. Preferimos explorar o mundo do que mendigar atenção. Preferimos escolher a nós mesmos sempre do que defender o indefensável.
No fim, não é sobre ser “safada” ou “burra”. É sobre ser inteligente o suficiente para não repetir enredos que já conhecemos de cabeça. É sobre honrar o que sentimos. É sobre respeitar o que merecemos. E, principalmente, é sobre lembrar que ninguém floresce regando o mesmo deserto todos os dias.
