Dedos bordavam versos com ternura,
costurando emoções na madrugada.
Cada linha era um traço de doçura,
um fio da alma, em sombra desenhada.
O olhar deixava os vales e os caminhos,
as ruas quietas, cheias de segredos.
A alma voava entre céus tão sozinhos,
desenhando saudade em seus enredos.
O frio escorria em forma de pranto,
no sótão onde o tempo se desfaz.
A lágrima caía em verso santo,
submisso, simples, mas jamais fugaz.
Ela dormiu com o peito em tempestade,
em cartas que sangravam a saudade.
