Nos últimos dias, percebi que estou mais emotiva do que vídeo de parto humanizado ao som de Tribalistas. Sério. Meu nível de sensibilidade está tão alto que, se alguém me disser “bom dia”, eu já respondo: “bom dia por quê, se a vida é um sopro?”
A consequência disso é que meus textos andam mais pesados que mala de vó voltando do interior: tem drama, tem angústia, tem as dores da maternidade, lembrança da infância com trilha sonora de Caetano e cheiro de mofo existencial. O leitor entra achando que vai encontrar uma crônica leve, e sai em profunda depressão dizendo “ela precisa de férias”.
Mas hoje… hoje eu vim tentar ser leve. Ser engraçada. Fazer um texto que não faça ninguém pensar na morte, na solidão ou na imprensa reacionária que a gente tem. Hoje é dia de riso! Ou, pelo menos, de tentar…
Já começo avisando que meu humor é tipo elevador de prédio antigo: tem dia que funciona, tem dia que trava no térreo e ninguém sabe o motivo. Mas vamos lá. Vamos rir. Porque se a gente não rir, a outra opção é chorar no banheiro comendo chocolate – e isso eu já fiz ontem.
Aliás, por que a gente só fica emotiva quando tem boletos vencendo, roupa acumulada e TPM, tudo ao mesmo tempo? Por que não bate esse emocional todo quando a gente está na praia, de biquíni novo e caipirinha na mão? A sensibilidade, essa ingrata, tem um timing péssimo. Parece aquela amiga que só liga pra contar tragédia.
Mas hoje não. Hoje nada de bomba. Hoje só piada! Se eu começar a divagar sobre o vazio da existência, por favor, me interrompa com um meme. Manda um vídeo de buldogue andando de skate ou de gato tocando teclado. Qualquer coisa.
E pra encerrar, uma promessa: se amanhã eu acordar querendo escrever outro texto carregado de emoção, dor e nostalgia… eu escrevo. Porque quem manda na minha caneta é o caos.
Mas, por enquanto, o drama está de folga. E se alguém perguntar, diga que Dona Irene tentou escrever algo leve. Como disse Eunice Paiva, nós vamos sorrir. Sorriam!