“Peraí, gente: o demente sou eu! Porra!”
Dia Primeiro da nova vida no Apê da PF.
“Dá um tempo aí, táokey? Deixa eu apenas ser o demente. Agora todo mundo tá com alucinações, morrendo, porra! Assim vão tirar a mídia de cima de mim!”
O ex-tudo Jair começou a escrever o seu livro-póstumo.
“Escrever” entre aspas, pois não é uma atividade – assim como ler – que o condenado tenha qualquer domínio.
E ele prossegue:
“Depois de tudo o que já passei e estou passando, injustiças, sacanagens e perseguição, agora ôceis vai querer tirar as luzes de cima de mim, porra!”
Com certeza, a História registrará um “grande livro”.
O epitáfio de um consumado imbecil perigoso que chegou – sabe-se lá como? – à presidência do Brasil por quatro anos.
“Golpe? Que golpe? Matei quem? A culpa é do vírus da covid, meu. Eu não peguei a merda e nem morri. Eu continuo dizendo: nunca fui coveiro, cacete!”
Na tarde quente do planalto, Brasília ferve em novas narrativas e todos os comparsas vão caindo um a um. Cana dura. Cadeia e fora de circulação.
Esperemos as próximas páginas do Livro de Jair.
Por certo e ao cabo poderá concorrer ao Nobel de Literatura ao lado da agraciada com o da Paz, a venezuelana capacho de Trump.
No mais…La nave Vá…
…………………
Gilberto Motta é escritor, jornalista e professor/pesquisador apaixonado por narrativas alucinantes. Vive na Guarda do Embaú, pequena vila de pescadores de SC.