Todas as manhãs, tua lembrança desperta comigo,
como brisa que pousa na ternura do meu peito.
Pensei que o tempo apagaria teus traços,
mas tua memória é raiz que insiste em florescer.
Não consigo fugir do eco do teu sorriso,
ele ressoa como melodia vinda do céu,
adoçando minha dor com notas invisíveis,
acalantando mágoas que não sabem partir.
Como esquecer quem foi meu universo?
Tu eras o tecido dos meus sonhos,
e hoje, sozinho, canto minha saudade
ao compasso do vento sob a luz da lua.
A escuridão tenta invadir meu peito,
mas sigo o rastro das tuas pegadas,
o perfume que tua ausência deixou,
o brilho dos olhos que se afastaram do meu.
Deixei que voasses rumo a outro paraíso,
onde talvez a felicidade te espere.
Enquanto isso, fico com o suspiro do vento,
que traz o vestígio dos teus lábios distantes.
Como se teus beijos estivessem escondidos
em horizontes velados por faróis apagados,
chorando junto às nuvens que se misturam
com os cristais que escorrem dos meus olhos.
E mesmo que o mundo não veja,
ainda te amo em silêncio, em sombra,
em cada verso que nasce da dor,
em cada manhã que começa com teu nome.
