Notibras

Te vejo em abraços que só a mente molda

Falar de ti é como desvendar um sonho antigo,
guardado entre as páginas do tempo.
Minha saudade, vestida de silêncio,
te busca nas dobras suaves da lembrança.

Não é o instante para reencontros,
mas minha alma, impaciente, insiste
e te alcança em pensamentos que dançam
na penumbra do meu sentir.

Te vejo em abraços que só a mente molda,
em perfumes que surgem como brisa do nada.
Meus olhos se abrem
e um frio percorre o corpo
como se parte de mim ainda repousasse ao teu lado.

Chamo por ti no sussurro da madrugada,
mas apenas os travesseiros devolvem o gesto.
Ainda assim, fecho os olhos e atravesso o tempo
lá estás tu, me esperando no escuro do teu silêncio.

Afago teus cabelos com ternura imaginada,
toco tua presença como quem lê um verso sagrado
e descanso ao teu lado,
como se o mundo coubesse em um instante de nós.

Quando o dia desperta,
retorno à solidão do meu leito
mas trago comigo a certeza:
amar-te, mesmo à distância, me fortalece.

Teu amor é ponte entre real e eterno,
não se explica  se sente.
E eu sinto… como nunca antes,
como jamais outra vez.

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